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7 diferenças entre a Psicanálise e Terapia Cognitiva Comportamental (TCC)

Psicanálise e TCC são duas abordagens que trazem dúvidas sobre suas diferenças. A terapia é um cuidado que pode ser indicado para qualquer pessoa que queira melhorar a saúde mental, ou lidar com sofrimentos psíquicos e desconfortos emocionais. Ela pode ser útil para quem está passando por um momento difícil, como perdas, separações ou, ainda, aprender a conviver com a própria história e aproveitar novas possibilidades da vida. 

A Psicanálise e a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) são duas abordagens amplamente utilizadas na prática clínica, mas que têm diferenças significativas em suas teorias, métodos e objetivos. Ambas buscam promover a saúde mental e o bem-estar dos pacientes, mas seguem caminhos distintos. 

Confira as diferenças entre essas duas abordagens.

1. Diferenças de origem e contexto histórico: Psicanálise e TCC

Psicanálise: desenvolvida por Sigmund Freud no final do século XIX, a Psicanálise foi uma das primeiras abordagens sistemáticas para a compreensão da mente humana. Freud introduziu conceitos revolucionários, como o inconsciente, a repressão e os mecanismos de defesa. A Psicanálise é historicamente associada à exploração profunda dos conflitos internos, muitas vezes relacionados à infância e ao desenvolvimento psicossocial do indivíduo.

Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC): A TCC surgiu na década de 1960 e é uma evolução da Terapia Comportamental. Essa terapia A TCC combina princípios comportamentais com a análise cognitiva, focando em como os pensamentos e as crenças influenciam o comportamento e as emoções.

2. Diferente foco do tratamento

Psicanálise: enfatiza a exploração do inconsciente e a interpretação dos sonhos, fantasias, e associações livres para acessar conflitos internos. O foco está na compreensão profunda dos processos intrapsíquicos, muitas vezes relacionados a experiências infantis reprimidas. O tratamento pode durar anos, com sessões frequentes, visando uma reestruturação profunda da personalidade.TCC: focada no aqui e agora, concentrando-se em problemas específicos e objetivos claros. O tratamento é geralmente de curto a médio prazo, com duração de alguns meses, e utiliza técnicas estruturadas para modificar padrões de pensamento disfuncionais e comportamentos problemáticos. Essa abordagem valoriza a prática de habilidades no dia a dia do paciente.

3. Diferentes teorias  

Psicanálise: sugere que os comportamentos e pensamentos conscientes são influenciados por processos inconscientes. Freud identificou três partes principais da mente: o id, o ego e o superego, que estão em constante conflito. A Psicanálise acredita que esses conflitos, muitas vezes inconscientes, estão na raiz dos sintomas psicológicos.

TCC: baseia-se no modelo cognitivo, que propõe que os pensamentos disfuncionais ou distorcidos influenciam as emoções e comportamentos. A TCC não nega a existência do inconsciente, mas considera que as crenças e pensamentos conscientes são mais acessíveis e podem ser diretamente modificados para melhorar o bem-estar do paciente.

4. Diferentes métodos e técnicas

Psicanálise: utiliza métodos como a associação livre, onde o paciente fala tudo o que lhe vem à mente, e a interpretação dos sonhos, para acessar o inconsciente. Outro elemento chave é a análise da transferência, onde os sentimentos do paciente em relação ao terapeuta são interpretados como representações de relações passadas. O processo é não-diretivo, com o terapeuta adotando uma postura neutra e passiva.

TCC: emprega uma variedade de técnicas, como a reestruturação cognitiva, onde o terapeuta ajuda o paciente a identificar e desafiar pensamentos distorcidos; a exposição gradual, utilizada para tratar fobias e ansiedade; e o treinamento em habilidades sociais. O terapeuta é ativo, diretivo e colaborativo, com um enfoque educacional, orientando o paciente na prática de novas habilidades.

5. Diferença nos objetivos do tratamento

Psicanálise: trazer o inconsciente à consciência, permitindo que o paciente compreenda e resolva seus conflitos internos. A Psicanálise busca uma transformação profunda da personalidade, promovendo uma maior autoconsciência e integridade psíquica.

TCC: aliviar o sofrimento e melhorar a funcionalidade do paciente no menor tempo possível. A TCC visa modificar padrões de pensamento disfuncionais e comportamentos problemáticos, ajudando o paciente a desenvolver habilidades práticas para lidar com problemas atuais e futuros.

6. Diferenças na duração e na estrutura das sessões

Psicanálise: as sessões são geralmente realizadas várias vezes por semana, podendo durar anos. A abordagem é intensiva e visa uma exploração profunda e prolongada dos processos mentais do paciente. A relação terapeuta-paciente é central, com foco na transferência e contratransferência.

TCC: as sessões, geralmente, ocorrem uma vez por semana e têm uma duração limitada, com um plano de tratamento claro desde o início. A estrutura é mais focada e orientada a metas, com tarefas de casa e exercícios práticos entre as sessões para reforçar o aprendizado.

7. Diferenças na aplicabilidade e na pessoas que são alvo 

Psicanálise: é mais indicada para pacientes que buscam uma compreensão profunda de si mesmos e estão dispostos a investir tempo em um processo terapêutico prolongado. É frequentemente utilizada em casos de transtornos de personalidade, neuroses e outros problemas psicológicos complexos.

TCC: é amplamente aplicável e eficaz em uma variedade de condições, incluindo depressão, ansiedade, transtornos alimentares, fobias, e transtornos obsessivo-compulsivos. Sua abordagem prática e orientada a soluções a torna acessível a uma ampla gama de pacientes.

Com todos esses pontos, podemos concluir que a Psicanálise e a TCC representam dois polos distintos da psicoterapia. Enquanto a Psicanálise se aprofunda nas raízes inconscientes dos conflitos psíquicos, a TCC concentra-se em modificar pensamentos e comportamentos ruins no presente. 

É importante destacar que a escolha entre uma e outra dependerá das necessidades e objetivos do paciente, bem como do estilo e formação do terapeuta. Ambas têm seu valor e podem ser complementares em certos contextos, contribuindo de maneiras diferentes para a saúde mental e o bem-estar. 

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